círculo das não-vaidades
tudo conflui para um corpo pouco sadio
talvez se eu fumasse, não me fizesse tão mal
tanto quanto fazem os meus maus-hábitos
ultrapasso sempre o limite do sono
o limite do peso
do cuidado com meu corpo
e, por outro lado, tenho tanto medo de machucá-lo
temo qualquer vacina
qualquer injeção
qualquer dor física, a mais ou a menos
temo me arrebentar inteira e perder a mobilidade
temo que o avião caia comigo dentro
sou apenas temores com o corpo
e se eu tiver uma doença silenciosa
que me mate de dor daqui a um tempo?
tudo que fragiliza meu corpo me apavora
a minha pele em frangalhos
a cabeça que teima em continuar descamando.
sinto pavor desse sintoma físico, pavor.
agora resolvi não mais lutar contra a minha ansiedade
mas sim nocauteá-la, entendê-la, ela que me incita essa gula desmedida
esse afã de enfiar comida em mim.
eu hei de vencer meu corpo, minha não-vontade, com vontade.
afe...