26/04/2006

diagnostico

O silêncio me esmaga.
Corrói por dentro,
faz doer o estômago
e descamar a pele.
Trago comigo
uma dor incomunicável.

conclusao

Nada está enterrado.
Os mortos respiram em nós,
vivos na nossa essência.


[escrito em 11/04/06]

sum?

Ergo sum
logo sou. o que?
Se no princípio não era
o verbo,
e sim a ação.
Cogito
penso ou ajo?
verbalizar é dar som
aos pensamentos.
Se penso, sou?
Muito do que penso,
não digo.
Não posso dizer tudo
ao mesmo tempo.
logo:
muitas vezes não sou

reflexões fáustico-cartesianas

25/04/2006

limites



há algo mais forte sobre nossas cabeças
mais intenso diante de nossos olhos.

não sabemos sentir pequeno. tudo é imensidão e infinitude
(no possível de sua efemeridade)

as capacidades estão mais além. outro departamento sensível.

[imagem - C. Monet]

03/04/2006

estranhamente familiar


um grito mudo (ou surdo?) dentro de mim

a voz calada. impedimento pelo temor

aterrorizada pelo som estranho
da própria fala

unheimlich

tão perto e tão longe, tudo ao mesmo tempo.

[imagem - Hundertwasser]